Reflexão dos estudos do Módulo 1 da Dimensão Ecológica do Curso Design Para Sustentabilidade do Gaia Education, que apresenta o tema 'Abordagem sistêmica do Design Ecológico'.
É desafiador definir algo que eu tenha achado “mais” interessante e estimulante neste módulo do Design Ecológico. Assim como todos os materiais do Gaia Education, este estudo ampliou a minha visão sobre o redesenho da presença humana na Terra e eu tive a alegria de auferir aprendizados que desejo aplicar em minha vida.
Um deles diz respeito ao conjunto de preceitos gerais que orientam as abordagens de um Design Ecológico proposto por John & Nancy Todd, que, pioneiros nesta temática, iniciaram o New Alchemy Institute, em 1969, e ensinaram:
• Que o mundo vivo seja a matriz de todo design;
• Que os designs sigam, não se oponham, às leis da vida;
• Que a equidade biológica determine o design;
• Que o design reflita a biorregionalidade;
• Que os projetos sejam baseados em fontes de energia renováveis;
• Que o design seja sustentável através da integração de sistemas vivos;
• Que o design seja coevolutivo com o mundo natural;
• Que as construções e o design ajudem na cura do planeta;
• Que o design siga uma "ecologia sagrada".
Ao compreender esses princípios, fica nítido como o redesenho da presença humana está ligado ao sistema vivo-regenerativo e o quanto a humanidade precisa se reconectar com a essência do “ser” humano nesta dimensão terrena.
Outro aspecto que vem chamando muito a minha atenção desde o início do Curso, diz respeito à Permacultura. Foi gracioso saber que nos Anos 70, Bill Mollison e David Holmgren a desenvolveram como uma filosofia de design sistêmico em resposta ao rápido declínio no estado do meio ambiente da Terra, às altas taxas de consumo de recursos naturais e não renováveis e aos sistemas econômicos destrutivos.
Foi motivador saber que a Permacultura é o design adequado e sensível ao lugar, baseado na ética ambiental e que ela está sendo usada ao redor do mundo para projetar construções, fazendas, jardins e vilas, e também tem sido aplicada em planejamentos empresariais, industriais, organizacionais, sociais e educacionais.
Outro ponto relevante que pretendo disseminar no meu dia a dia é que o Design Ecológico ideal é regenerativo, e não apenas sustentável. Transmitir essa mensagem e buscar formas de cooperar com esse movimento será uma grande meta a ser seguida, afinal, o propósito de criar culturas regenerativas transcende e inclui a sustentabilidade.
Conhecer e me aprofundar nos quatro tipos de capital (Construído, Natural, Social e Humano) também foi algo interessante, fazendo-me enxergar densamente como a Economia Ecológica se empenha para um futuro ecologicamente sustentável, socialmente justo e economicamente eficiente.
Achei interessante saber que John Todd descreve o design ecológico “como a ciência de seguir as instruções operacionais da natureza e a arte de criar soluções elegantes adaptadas à singularidade do lugar”, tendo como ideia fundamental “ir além dos típicos modelos de produção industrial e de consumo, que são lineares e mecanicistas, para sistemas de circuito fechado, os quais são semelhantes aos ecossistemas naturais”.
Foi importante conhecer a clara distinção entre o metabolismo técnico e o biológico estabelecida por William McDonough e por Michael Braungart através do conceito Cradle to Cradle Design (Design Berço ao berço). Achei fantástica a passagem do material que ensina que:
Simplesmente reciclar não é suficiente, se o que se conseguir alcançar for um material encontrando utilidade em um produto menos valioso e menos complexo antes de finalmente terminar num aterro sanitário ou como rejeito. Up-cycling é sobre manter os nutrientes biológicos e industriais (recursos) em ciclo, durante os respectivos metabolismos dos nossos processos industriais, para que possam ser convertidos em produtos de maior ou de mesma qualidade ao final da vida útil de um produto.
“Nós podemos upcycle não para falarmos sobre como a indústria humana pode ser “menos ruim”, mas como ela pode ser melhor, extraordinariamente positiva para o mundo”. William McDonough & Michael Braungart (2013: 11)
Dentre muitos outros aspectos, foi ótimo rever o conceito do Índice do Planeta Feliz - a principal medida global de bem-estar sustentável - vista na Dimensão Econômica do GEDS, e também entender sobre o Pico do Petróleo e como precisamos afastar a humanidade de sua dependência de combustíveis fósseis e criar uma transformação global não só para a energia renovável, mas também no sentido de uma cultura material que seja muito menos dependente de combustíveis fósseis (não renováveis).
Enfim, foi fantástico concluir o estudo deste módulo com a didática visão para o Design de Assentamentos Ecológicos, apresentada por Declan & Margrit Kennedy e ver como podemos responder aos desafios das mudanças climáticas com criatividade, resiliência e inovação e, definitivamente, redesenhar a presença humana na Terra de maneira sustentável, compassiva e regenerativa.
Seguirei nesta busca e reflexão...
Taiara Desirée
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