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Foto do escritorTaiara Desirée

BANCOS E MOEDAS COMUNITÁRIAS - GEDS ECONÔMICO

Atualizado: 5 de ago. de 2019

Reflexão dos estudos do Módulo 2 da Dimensão Econômica do Curso Design Para Sustentabilidade do Gaia Education, que aborda o tema 'Bancos e Moedas Comunitárias'.



Estudar sobre Bancos e Moedas Comunitárias foi algo que superou minhas expectativas, pois, nunca me interessei por finanças, cálculos e economia e confesso que me vi mergulhada em informações que me motivaram a seguir buscando por novos conhecimentos neste campo. Quanto mais me aprofundo na área da sustentabilidade, mais percebo como a humanidade está inserida em um sistema vicioso e dependente, simplesmente por falta de informação.


Muitos aspectos que eu não compreendia sobre Economia foram esclarecidos com a leitura desse Módulo. Entendi - de fato - o que é o dinheiro e como ele funciona; os impactos sociais e ambientais do sistema monetário atual, que cria intencionalmente a necessidade de crescimento econômico constante em um planeta de recursos finitos; e percebi - com riqueza de detalhes - como o nosso sistema monetário atual propositalmente transfere a riqueza dos pobres para os ricos. Nesta passagem dos estudos, recordei-me de uma música que ficou conhecida no Brasil, em 1999, do grupo “As Meninas” que dizia:


“Analisando essa cadeia hereditária, quero me livrar dessa situação precária, onde o rico fica cada vez mais rico, e o pobre cada vez mais pobre, e o motivo todo mundo já conhece, é que o de cima sobe e o de baixo desce, Bom xibom, xibom, bombom [...]”

Embora passados 20 anos dessa música que tinham um tom infantil, mas com uma importante mensagem, deparamo-nos com a mesma situação, que inclusive também se repete na citação do Presidente Obasanjo da Nigéria:


“Tudo o que pedimos emprestado até 1985 ou 1986 foi cerca de 5 bilhões de dólares. Até agora já pagamos 16 bilhões. No entanto estamos sendo informados de que ainda devemos cerca de 28 bilhões… isso por causa das taxas de juros dos credores externos. Se você me perguntar qual a pior coisa do mundo, eu responderei que são os juros compostos”.

Finalmente pude compreender sobre o papel do dólar como Reserva de Moeda que transfere riqueza do mundo para os EUA, e concordo com a ideia de que há uma urgente necessidade de reforma monetária para fazer o dinheiro trabalhar pelas pessoas e pelo planeta.


Assim, encantei-me com os vários exemplos de Investimentos Locais e Sistemas Monetários Sustentáveis e Regenerativos, como as moedas complementares, a moeda comunitária usada na eco-vila de Findhorn (Eko); a Faircoin, o Sistema LETS, Cooperativas de Crédito e, principalmente, o BANCO DE TEMPO e a co-produção.



O Banco de Tempo é algo que me felicita ver acontecer. Gosto de trabalhos voluntários e me dedico a diversos sempre que possível, pois acredito que são as melhores oportunidades de crescimento, não quantitativo, mas qualitativo. Sinto que as pessoas trabalham com mais verdade e satisfação, e percebo que quem se beneficia com os resultados das ações também se sente realizado com a sinergia criada. Não é à toa que:


“Pesquisas tem mostrado consistentemente que pessoas idosas preferem ser cuidadas por pessoas que trabalham por Fureai Kippu, ao invés de profissionais que trabalham por ienes (moeda japonesa), por causa da qualidade de relações que eles constroem”.

Essa é a vida que aspiro para a humanidade, um mundo mais compassivo e colaborativo. Por isso, seguirei redesenhando meus passos para ser instrumento de mudanças desejáveis e para evitar a perpetuação dos efeitos colaterais perigosos de uma arquitetura monetária que exige crescimento constante e incentiva a concorrência a curto prazo ao invés da colaboração a longo prazo.


E, por fim, aspiro que no Banco do Tempo sejam depositadas, cada vez mais, simplicidade elegante, assim como ensina Satish Kumar.


Em reflexão...


Taiara Desirée


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