Uma breve reflexão sobre a moda sustentável e o uso consciente.
Reduzir, reutilizar, reciclar, repetir, e tantos “RE” poderíamos trazer para ressignificar a maneira de vestir. Não, não existe uma RE-gra para a moda ou o estilo de vida sustentável, mas o bom senso e a mente aberta para novos paradigmas precisam ser uma busca realmente incansável.
Nem sempre fui uma consumidora consciente, durante alguns anos da minha vida, me vi inserida nas armadilhas do fast fashion, embora sempre preferisse os modelos atemporais – sem aqueles “modismos banais”. Mas, logo percebi, que nenhuma roupa vale mais do que pessoas em sua liberdade, do que a natureza equilibrada e do que os seres sencientes vivendo com dignidade. A vida foi me fazendo despertar à medida que me permiti estudar e pesquisar sobre a realidade por trás da indústria da moda e, por conseguinte, da beleza, dos cosméticos, dos produtos de higiene, dos alimentos e afins... E de uma coisa sou consciente, um mundo de novas possibilidades vai abrindo em nossa mente.
É difícil falar em consumo sem pensar na indústria e mercado da moda, há de se concordar que a moda é tema cada vez mais relevante dentro das questões socioambientais, sobretudo, por executar um papel de acentuado desenvolvimento econômico e estar diretamente atrelada ao meio ambiente. O acelerado crescimento do setor vem resultando em sérios impactos ao que temos de mais precioso, como o solo, a água, o ar, as riquezas naturais e também a vida de muitas pessoas e animais. No meu livro, O Meio Ambiente Sustentável da Moda no Brasil e no Mundo, apresento vários dados e números que são importantes saber sobre essa indústria que, só no Brasil, gera mais de 170 bilhões de reais por ano, colocando o país como o quarto maior consumidor de moda do mundo.
Com esse breve texto, convido-lhe a refletir sobre o seu consumo de artigos de moda e, desde já, sugiro que você não precisa se desfazer de todas as suas peças que foram de fast fashion ou feitas de materiais que não são sustentáveis para se tornar sustentável. Se quiser substituí-las, tudo bem, mas entender que tudo tem seu valor, principalmente, aquilo que já foi um dia produzido e, por isso, fazer um bom uso e manutenção do que você já tem, é ser sustentável também.
Estas peças (blazer e óculos), por exemplo, tenho por cerca de 10 anos e ainda estão em perfeito estado de conservação. Não faria sentido me desfazer para adquirir novas peças “sustentáveis”, se elas ainda podem ser repetidas e reutilizadas em situações incontáveis.
Sustentabilidade não tem a ver só com consumo, mas, sobretudo, com consciência. Permita-se essa experiência!
Com carinho,
Taiara Desirée
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